segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mamã, onde fica Berlim? Longe filho, muito longe...

Parece que para além da corja (e do coiso) que temos a governar Portugal, a coisa melhora à medida que subimos na cadeia hierárquica. Estou plenamente convencido que quanto mais burro for o político, mais longe chegará na carreira. Eu nem sempre tive plena certeza desta teoria, mas agora sou capaz de o jurar a pés juntos... Senão vejam:




É o que há. Parafraseando o bom velho Felipão... E o burro sou eu?

sábado, 26 de maio de 2012

Os Ronaldos e os Quaresmas



Ronaldo irritado com Hélder Postiga


Cristiano Ronaldo irritou-se ontem com Hélder Postiga, durante o treino da selecção nacional, em Óbidos. A dada altura da sessão de trabalho, orientada por Paulo Bento no relvado da Praia d’El Rey, o jogador do Real irritou-se com Hélder Postiga, no habitual meiinho do início dos trabalhos. CR7 não gostou do que viu e chamou a atenção do avançado do Saragoça e chegou a levantar os braços, irritado.




Antes, Ronaldo também não gostou da forma pouco acutilante como os colegas estavam a encarar a sessão de trabalho. "Temos de nos mexer um bocadinho", desafiou, apelando aos colegas que dessem quinze toques na bola, sem ser interceptada por quem ficava no meio do círculo, durante o meiinho. Foram momentos de excepção numa sessão muito animada, onde predominou a boa disposição, como tem sido hábito desde a chegada da comitiva a Óbidos, na segunda-feira.
Fonte

Isto para o caso de haver desse lado alguém que continue sem perceber o sucesso do Ronaldo. A diferença entre os Postigas ou Quaresmas e o Ronaldo é esta - o trabalho e a determinação. Enquanto os primeiros encaram um estágio como umas férias antes de passear as chuteiras novas nos relvados ucranianos e polacos, há quem sue a camisola e dê o melhor de si mesmo após uma época para lá de desgastante. 
Afinal de contas e como já dizia o velho louco Einstein... "O sucesso é 99% transpiração e 1% de inspiração". No cabeça do Quaresma isto funciona... Exactamente ao contrário. Com os resultados que se vêem. Quaresma podia ter sido grande, maior que Ronaldo até. Quaresma tem o talento, tem o toque, tem a irreverência e tem o génio. Só não tem o carácter, infelizmente. Podia ter sido grande.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Só uma palavrinha aos portistas...

Só deixar então uma palavrinha aos meus comparsas, compinchas e companheiros portistas, que depois de tanto falso moralismo e chover no molhado sobre o apagão da Luz, conseguiram ontem mostrar ao mundo que tudo o que lhes foi feito na Luz só pecou por defeito. Já dizia o outro: "quem tem telhados de vidro devia pensar antes de atirar pedras" - true story

Mas formidável é o facto de ainda terem conseguido dar o seu cunho pessoal à coisa, a bem da imagem e reputação que têm a manter, juntando à receita a violência e o marginalismo que é seu apanágio. E não, não venham com a história do "ah, e vocês também não são santos..." - não somos, eu sei. Mas vocês menos ainda, por isso podiam-se ter poupado à hipocrisia e cantiga sobre o tal "apagão da Luz". 

E fica na memória a imagem do bom velho Papa, a babar-se de raiva para cima de dois marmanjos de azul marinho. Ah e claro, mais um título para o Maior - como é habitual nas modalidades onde não trabalham Proenças, Pereiras e companhia...



terça-feira, 22 de maio de 2012

Se "Em Roma sê romano"...

... Em Portugal, sê gastador. Usurpador. Aproveitador. Chico-esperto.

Eu sei, soa familiar. Mas é verdade: Segundo o diário desportivo espanhol As, a selecção portuguesa é de novo (repete a façanha de 2010) a que mais gasta com as despesas do poiso lá para os lados de Leste. Pois, que isto de aproveitar é os bons tempos, onde a prosperidade sopra na vela e o barco vai de vento em popa. Se estivéssemos em crise, austeridade, cortes salariais e tal era uma coisa, agora se estamos tão bem também não vejo porque raio havemos de poupar, coitados dos miúdos. É deixá-los gozar o luxo (e porque não a luxúria) pelo menos uma vez, eles que são uns pobres diabos que nunca poderão pagar do seu bolso algo do género. 

Eu acho que sim pá, acho que nisto da solidariedade e entreajuda devemos ser uns pelos outros. Está muito bem.

Segue a lista, já agora:

Selecção e custo de hotel:
1. Portugal - Opalenica 33.174 euros
2. Rússia - Varsovia 30.400 euros
3. Polónia - Varsovia 24.000 euros
4. Irlanda - Sopot 23.000 euros
5. Alemanha - Gdansk 22.500 euros
6. Rep. Checa - Wroclaw 22.200 euros
7. Inglaterra - Cracóvia 19.000 euros
8. Holanda - Cracovia 16.200 euros
9. Italia - Wieliczka 10.500 euros
10. Croácia - Warka 8.300 euros
11. Dinamarca - Kolobrzeg 7.700 euros
12. Espanha - Gniewino 4.700 euros

Fonte 

domingo, 20 de maio de 2012

The Beachies, e a tal cena da inovação



Como costumo dizer... A inovação vem das ideias mais simples, aquelas que qualquer um poderia ter tido - mas não teve.

Há coisa mais irritante do que estares na praia com um pouco de vento e a toalha teimar em levantar as pontas e atirar areia, fazendo de ti um autêntico rissol? É uma merda, claro que é uma merda. Se ao menos tivesse aqui alguma coisa que a prendesse...!




Touché. Neste caso, a ideia vem de Tiago Câmara Bettencourt, jovem empreendedor português que está a fazer um reboliço lá fora com esta ideia, que terá com certeza grande facilidade em vender às grandes marcas para efeitos de goodies/brindes/merchandising, ou quem sabe continuar a caminhada sob a insígnia The Beachies como até agora. Seja como for, um bem haja à criatividade e ao nervo português!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ele há coisas que fogem ao tempo e ao espaço...



... E esta, é uma delas. Daqui a 100, ainda estarão os meus bisnetos a levar um par de patins com esta boa velha cantiga... E ponho dinheiro na mesa.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Nunca quis ser advogado...

Não que não tenha jeito para mentir e para deturpar palavras - tenho, mas sempre preferi continuar a fazer disso hobby em vez de profissão - mas a lei nunca foi a minha praia. Até porque aposto que é bem menos fixe do que parece na TV. Mas se um dia quisesse ser advogado, era por causa de gajos como Sebastian Stark ou Denny Crane. Verdadeiros bastards: talentosos, descarados, sem remorsos. Senhores de grande manha e grande fluência verbal, só quase tão grande como a pancada que Deus lhes deu, na verdade.

Na série Suits, temos Harvey Specter. Harvey não é Stark nem Crane, é diferente. É educado, inteligente e bem-parecido.  Bem sucedido, à custa de si próprio, da sua perseverança e sentido estratégico - ou seja, teórica e praticamente uma personagem mais pobre que os dois anteriores. E temos Mike Ross, o pupilo, e é onde a série ganha realmente um motivo de interesse. Ross é o típico miúdo inteligente (inteligente-ficção, não inteligente mundo-real) que desperdiça o seu talento com merdas sem interesse nenhum, isto nos intervalos das drogas e álcool. Até que se cruza com Harvey e se vê numa oportunidade de sonho para ser quem nunca imaginou vir a ser. 

E pronto, é isto. A série vai entrar agora na segunda temporada, and i just can't fucking wait. E resolvi partilhar. Quem é um gajo porreiro, quem é?



segunda-feira, 14 de maio de 2012

Os 23 eleitos: uma breve análise

E a minha breve análise consiste num só ponto: o Miguel Lopes? A sério? Com o Postiga e o Rolando um gajo ainda leva, com o Ricardo Costa já nos íamos habituando, e até o Duda nós já comemos e calamos. Agora, o Miguel Lopes? Só peço pelas alminhas que o João Pereira não se lesione ou não seja expulso - o que é complicado - ou isto vai ser feiinho. No mínimo.

Vá lá que pelo menos teve a decência de convocar o Nelson Oliveira. Salve-se alguma coisa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

WC Portáteis, e mais qualquer coisa

Estão a ver aquelas casas-de-banho portáteis, que... isto? Pois bem, o IKEA arregaçou as mangas, e fez isto:




Porque melhor do que mostrar, divulgar e empurrar o produto, é mostrar o produto no seu habitat natural, usável, forçando a experiência sem que o utilizador se mace ou sequer se importe. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

E agora, Benfica? - Parte II: As tais diferenças

Em Itália:

"O campeonato o Milan atirou-o aos ventos. Perdemos o Campeonato porque apenas porque o atiramos ao vento, é nossa própria culpa. Mas a Juve mereceu pela perseverança, a invencibilidade e pelo futebol que mostrou: Os meus sinceros parabéns. O Milan voltará a ganhar. Allegri tem um contrato de dois anos, não vejo por que todas essas discussões tenham razão de ser."  - Silvio Berlusconi, presidente do AC Milan. 


Em Portugal:

"O título do FC Porto é um tributo dos árbitros" - João Gabriel, director de comunicação do Benfica.

"Sem os casos de arbitragem, o Benfica teria sido campeão" - Jorge Jesus, treinador do Benfica.

"                                                                    " - Luis Filipe Vieira, presidente do Benfica. 


E ainda perguntam porque raio é que este país, esta liga, esta porcaria toda nunca sai da cepa torta. Mas não é evidente o suficiente? Enquanto o italiano aparece a dar o peito às balas, Vieira esconde-se onde o diabo perdeu as botas. Enquanto o presidente italiano admite os seus erros - e há muita coisa de mal nele, mas admiro-lhe a franqueza - em Portugal continua a dança do tapa-o-sol-com-a-peneira, o jogo do empurra e a desresponsabilização dos responsáveis.


No futebol como na política continua a faltar a humildade, a decência, a coragem de admitir que se errou quando efectivamente se errou. Errar que é natural, porque somos humanos, e isso acontece. Em vez disso, os sócios (e os cidadãos) continuam a ser tratados como pacóvios, como bonecos de trapos que são desprezados e rebaixados e nunca se queixam. Talvez seja isso que realmente sejamos, pacóvios, analisando pela forma como nos deixamos sodomizar consecutivamente, mandato após mandato e época após época. Como benfiquistas e como cidadãos. No futebol, e também na política. 


E meus amigos, acreditem que nunca saíremos da cepa torta sem primeiro entender o motivo de ela estar torta, o que fizemos de errado e de que forma podemos ter uma cepa bonitinha como bem merecemos. Em vez disso continuamos a gritar para a estrada que a culpa é do machado, da terra, do vento e alguma parte também é do cão. Nossa é que não é, ora essa! Nem pensar.



domingo, 6 de maio de 2012

Querido Diário #1

Querido diário, 

Ontem foi uma noite triste para a noite bracarense em geral e para mim em particular. Passo a explicar: o bom velho Insólito (em plena Avenida Central, Braga) foi amputado. Tragédia! - não lhe roubaram um dedo, um braço ou uma perna: foi logo o coração. O que faremos sem o berreiro e a animação da "parte de trás"? Dará para viver sem ela, não dará?

Não sei... Assim começa a ser complicado.

sábado, 5 de maio de 2012

Há coisas incríveis no mundo da música



Há coisas incríveis no mundo da música. Uma delas é o facto de esta música ainda estar nas minhas preferidas,  depois de cinco anos nos meus phones, carro e sabe-se lá mais o quê. Outra é a mutação que uma banda pode sofrer com o passar dos anos. Quem viu Alex Turner e-companhia-limitada antes, e quem os vê agora... Ok, nada de inédito, acontece com todas as bandas e é resultado do seu amadurecimento. Eu sei. A diferença é que os Arctic não baixaram a fasquia da qualidade, apenas mudaram, evoluíram, a sua música mudou de registo mas a qualidade é sempre shooting for the stars.

A música também é isto, conhecer coisas novas mas manter os amores antigos, vê-los cair ou florescer, ouvi-los quando mais ninguém os ouve ou suportá-los quando até a mais ranhosa e corriqueira das rádios também os passa. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

É uma vontade de ir...



É uma vontade de ir, correr o mundo e voltar para jantar, na verdade. Quero sair, ir, ver e conhecer mais e melhor. Mas ainda assim, gosto disto por cá. Gosto de sair à noite e sair de dia, de ver de novo todas aquelas pessoas com quem nunca sequer falei mas que no entanto conheço, que são primas do tio do colega do y, sim esse, o mesmo que fez e aconteceu!, imagina. É que às vezes dá-me assim uma vontade interior de abrir as asas e planar daqui para lá, assim como quem parte rumo ao infinito, esse que só acaba para lá do perder de vista ou ali depois do semáforo, à direita. Outras apetece-me só pôr uma gabardine, uns óculos de sol e um chapéu de côco e entrar no comboio da meia-noite rumo a lado nenhum, apenas com uma banda sonora bem escolhida ou só mesmo o que a merda do rádio tocar. O que me apetece mesmo não raras vezes é pegar na mala ou deixá-la ficar, sair e conhecer o mundo. Sair, ir de dicionário japonês-português no bolso ou só com uma lista de indicações escritas e rasgadas da toalha do restaurante, pelo meu bom amigo z, que acaba de me contar sobre o que tenho que ver ali mesmo depois daquele cruzamento, já quem vira por ali acima.

Não sou coerente dentro da minha coerência, eu que sou de extremos. Num dia definitivamente Travis Bickle, no outro James Bond, muitas vezes Forrest Gump. Gosto do preto e engraço com o branco. No entanto, sei bem apreciar o cinzento na sua essência. E ainda assim, como poderia viver sem cor, quero lá eu pensar nesse trem. Há quem lhe chame indecisão. Há quem chame falta de bom senso. Eu nem sei como lhe chamo, sei lá bem. Talvez prefira sentar-me e ouvir o que dizem os outros, eles que sabem tudo. Eles que são as ovelhas-guia, as que levam a camisola amarela à frente do rebanho, sabem-no certamente. Eles sabem bem o que querem para eles e para os outros. Quanto a mim tenho embaraço, acho que nem sei o que eu quero. Acho que quero o preto hoje, o branco amanhã e o cinzento depois. Nos outros dias, uma côr qualquer - ou talvez o preto. Ou o branco. Logo vejo.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Play...what?

Vou ser directo, senhores: se era para fazer esta merda, nem valia a pena terem voltado. O bom velho Hefner que não saiba disto, ou ainda é desta que vai desta para pior. Sim sim, para pior, porque para melhor do que está agora é complicado e muito pouco provável. Anyway, para a próxima ponham a gaja com uma gabardine ou uma burka, que pelo menos sempre poupam o trabalho ao gajo do Photoshop, que por acaso até fez ali um bom trabalhinho com o cu da artista. E os créditos e parabéns encerram-se por aqui. E já vão com sorte.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

E quando não sabes o que fazer ao cartão da BP...?

Pois é, e se de repente houvesse uma máquina que transforma cartões de plástico (daqueles merdosos, que os gajos das bombas de gasolina e dos supermercados dão) em palhetas de guitarra novinhas em folha? Era bonito, não era? A MTV achou o mesmo, e a magia aconteceu em São Paulo:





terça-feira, 1 de maio de 2012

E agora, Benfica?

E assim mais uma época termina, da mesma forma que temos vindo a ser habituados. Taça da Liga, campeonato para o norte, segundo lugar, e nada de títulos relevantes. Agora vem o Euro, as cenouras, e o benfiquista começa a empolar o seu entusiasmo com a próxima época. Nada de novo. ERRADO. Não podemos cair neste marasmo.

Falemos de Vieira. Presidente à antiga: persistente, dedicado, muita força mas pouco cérebro. Prometeu mundos e fundos - prometeu que com ele, o Benfica seria de novo o clube de mais sucesso em Portugal; prometeu que o Benfica não ganharia um título de longe a longe, mas consecutivamente; e prometeu que o Benfica seria uma potência europeia. Falhou, falhou e falhou. Vieira fez de facto um trabalho notável com a marca Benfica, conseguiu devolver o Benfica às lutas pelo poleiro e conseguiu que o nome Benfica fosse de novo respeitado interna e externamente. Dou-lhe todo o mérito e agradeço por isso, fique claro. Mas os objectivos a que se propôs não foram atingidos, portanto devia ser Vieira o primeiro a reconhecer que falhou e o primeiro a dirigir-se à porta de saída, porta essa que seria a grande se o fizesse agora, e de forma voluntária. Apenas poderá não reconhecer o quanto o Benfica mudou com LFV quem não viu o Benfica das operações coração e dos 6ºs lugares no campeonato.

Agora Jorge Jesus, o homem do presidente. O caso é gritantemente parecido. Só pode não aplaudir Jesus quem não viu o Benfica dos Quiques, dos Fernando Santos, dos Koemans e por aí adiante. Jesus chegou, prometeu que com ele o Benfica renderia o dobro, e no ano seguinte foi campeão de forma categórica - e com direito a "nota artística", como diria ele próprio. Esteve no topo, aplaudido em pé no estádio e enaltecido na imprensa. Bem... Na minha honesta opinião, este foi exactamente o ponto de viragem e o grande pecado de Jorge Jesus: não soube lidar com o sucesso; quando finalmente o atingiu julgou-se no topo, e julgou que uma vez que estava em cima do pedestal, seria para sempre. Na época passada, perdeu Ramires e achou que não precisava de um 8, mas sim de um extremo - sim, porque para a frente é que é bonito. Além disto, um guarda-redes de qualidade 'reconhecida' que a dupla maravilha (Vieira e Jesus) foi desencantar nesse colosso que é hoje o Atlético de Madrid, apenas e só pela pechincha de 8,5M€.
Nas primeiras 5 jornadas, o Benfica entregou de bandeja o título ao FCP de Villas Boas. E Jesus desculpou-se com tudo, desde o Mundial à falta de entrosamento. Pelo meio vimos Salvio, Coentrão, uma série interessante de vitórias e uma Champions de fazer corar o fantasma de Cosme Damião. Jesus estragou tudo, cometeu erros e foi vítima dos mesmos. Invariavelmente, as culpas morreram solteiras e o Terceiro Anel engoliu em seco três murros no estômago - os 5-0 no Dragão, a reviravolta da Taça e a conquista do campeonato pelo FCP em pleno Estádio da Luz. Os benfiquistas engoliram a custo, mas confiaram em Jesus.

Este ano, Jesus acordou empenhado em não cometer erros do passado: reforçou-se bem na frente de ataque, dispensou algum peso morto que ele mesmo tinha adquirido na época anterior, contratou Garay para cobrir David Luiz, e... E... Nada. Nas laterais, nada. Na direita, Maxi é rei e senhor. Como substitutos, Amorim e depois Witsel, ambos médios. Não sei o que pode eventualmente ser dito sobre isto, mas quanto a mim é absolutamente ridículo que uma equipa com o orçamento do Benfica não tenha um substituto que seja pelo menos rotinado com a posição. Choca-me, em boa verdade. Como me choca que um jogador com o calo e o traquejo de Capdevila seja preterido da lista da Champions, onde mais uma vez o lateral titular foi opção única - e que lateral, senhores. Por alguma razão que confesso me fugir ainda, Jorge Jesus achou que este brasileiro Emerson seria um jogador para se impôr numa equipa como o Benfica. Quando muito, Emerson tem qualidade para ser um substituto, nada mais. E Jesus insistiu cegamente nele durante a época inteira, assumindo manifestamente uma posição contra o coro do Terceiro Anel - nada a dizer, o treinador está lá para assumir posições e tomar decisões. Emerson foi um par e uma decisão de Jesus, e quanto a mim foi exactamente esta dupla quem nos custou o campeonato - por exemplo no jogo na Luz contra o FCP, com uma expulsão a que o mesmo JJ não conseguiu responder por não ter nenhum defesa no banco. Emerson, Saviola, Nolito, Miguel Vitor - todos eles foram erros crassos de Jorge Jesus, uns pela positiva e outros pela negativa. Jesus falhou, estatelou-se redondo no chão, e agora tem que assumir as suas culpas. Coisa que não fará, porque é demasiado orgulhoso, presunçoso e casmurro.

Com culpas assumidas ou não, devemos ter consciência que a fase de estes dois senhores chegou ao final. Independentemente de terem feito grandes coisas pelo Benfica. A Vieira reconheço-lhe o trabalho com a marca Benfica e o regresso aos grandes palcos. A Jesus, os bons momentos de futebol que proporcionou, o título que conquistou, e a potenciação de jogadores como Coentrão, David Luiz ou Di Maria. Mas ambos falharam redondamente nos seus propósitos, foram eficientes mas não eficazes. O Benfica vive de títulos, a nossa grandeza e história assim nos exige. E é exactamente isso que temos que almejar sempre. A ambos, um desejo honesto em forma de apelo: saiam por vosso próprio pé, saiam pela porta grande.

Apenas nós, os Benfiquistas, somos eternos. As fases e as épocas vão passando, as más e as boas, e nós continuaremos cá. De pedra e cal, incondicionalmente, com a fé de quem acredita numa religião. Connosco ficará para sempre apenas o nosso estádio, a nossa gente, o nosso símbolo e a nossa história. Os nossos Eusébio, Chalana, Rui Costa, Nuno Gomes, e todos os outros. E nós, iguais a eles. Benfiquistas até ao osso. Doa o que doer.