quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Facebook Zero a caminho

Foi o próprio vice-presidente da empresa, Chamath Palihapitiya, que anunciou o novo Facebook Zero, acessível a partir do URL zero.facebook.com.
Apesar de ainda não estar disponível, isso acontecerá nas próximas semanas. A empresa define esta aplicação para telemóveis como uma versão “light” que omite aplicações que consomem grandes quantidades de dados, como a ferramenta de fotos.

Sites especializados, como o Techcrunch, descrevem o Facebook Zero como uma versão de texto básica, existindo assim uma possibilidade de negócio para as operadoras móveis. Os utilizadores que quisessem receber a versão multimédia integral teriam que pagar por um pacote “premium”.

De acordo com dados fornecidos pela própria empresa, mais de cem milhões de pessoas acedem à rede social - que já conta com mais de 350 milhões de utilizadores em todo o mundo e mais de um milhão em Portugal - a partir dos seus telemóveis.

O Facebook já oferece actualmente uma versão mais “light” - o Facebook Lite - pensada para os países em vias de desenvolvimento, que têm acessos mais lentos à Net.

Fonte


A confirmar-se, e não me admirava nada, seria apenas mais uma acha no aproveitadorismo das operadoras em relação à internet móvel. Mais do mesmo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

FHM descontinuada


A FHM chegou ao fim. A última edição da revista masculina chega às bancas no próximo dia 25, informa a Impresa Publishing em nota enviada às redacções. O fim da publicação mensal foi justificado pelo grupo com o facto do segmento onde o título se insere ter sofrido “nos últimos meses” uma “erosão em termos de vendas e uma queda relativamente às receitas publicitárias”. “As revistas masculinas têm assistido, continuada e abusivamente, a uma apropriação dos seus conteúdos por vários sites da Internet que reproduzem fotografias da publicação, muitas vezes antes da mesma chegar às bancas”, refere ainda a holding, apontando esse factor como um dos motivos para o encerramento “de várias edições locais da FHM”, como a dos Estados Unidos da América, e à erosão de vendas em mercados como no Reino Unido.

Em Portugal, recorde-se, o sector viu nascer em Março do ano passado a Playboy, título da Frestacom que passou a liderar as revistas masculinas em termos de circulação paga com uma média de 75.075 exemplares, e em Novembro a Urban Man (Matchscore). Com a entrada da Playboy no mercado, a FHM passou a ser a terceira revista com maior circulação paga do segmento, tendo de Janeiro a Outubro do ano passado, fixado a sua média de circulação paga nos 36.752 exemplares, menos 20,53% do que em igual período de 2008, segundo os dados mais recentes do APCT. Em termos de audiência, a FHM era no final de 2009 a segunda revista masculina mais lida com 4,1% (segundo o Bareme Anual). Contactada pelo M&P, fonte oficial do grupo nega qualquer relação entre o encerramento da FHM e a “entrada de um novo player”, justificando a decisão de não renovação do contrato com a Bauer com a estratégia do grupo de “antecipar uma queda maior” no segmento e com uma “gestão dinâmica do portfólio”. A holding, relembra a fonte, lançou recentemente a Volante, preparando-se para “em breve” lançar um novo título que não no segmento das masculinas, que não quis especificar, nem avançar uma data concreta para o seu lançamento.

Desde finais de 2007 dirigida por João Godinho, a edição portuguesa FHM foi lançada em 2005, sob a direcção de Pedro Boucherie Mendes. “A maior parte da redacção da “FHM” - composta por cinco pessoas - será recolocada noutras áreas da Impresa Publishing”, informa a empresa no comunicado.

Fonte


É com alguma pena que vejo ser descontinuada uma revista que me diz algo, que marcou uma geração. Mesmo não tendo sido pioneira, lugar ocupado pela Maxmen, a FHM conseguiu juntamente com a mesma Maxmen derrubar muitas barreiras nas mentalidades portuguesas (passa a ser normal andar na rua com uma revista masculina debaixo do braço sem ser apontado como tarado ou algo do género), bem como expôr algumas das mulheres mais bonitas do país em algumas belas produções artísticas - algo que nem todos sabem fazer, como prova a Playboy recentemente.

A pirataria é apontada como a principal razão para a extinção. Previsível. Mas hey, é o mundo que temos. Conteúdos pagos hoje têm que acrescentar valor ao consumidor, senão porquê pagar por um conteúdo que podemos ter grátis? Cabe-vos a vocês, media, aprender a contornar isso. Tal como os músicos e indústria cinematográfica. Porque não tentam ser criativos, em vez de carpir baba e ranho?

Ainda assim, e mantendo o respeito por uma semi-bíblia, tenho que confessar que é uma publicação que estava a cair no marasmo. Tenho por último atentado mais à GQ, revista que hoje oferece muito mais conteúdo do que qualquer uma das duas primeiras - além de contar com excelentes cronistas, as produções são muito mais cuidadas e o leque de áreas de interesse abre-se a muitos outros temas não abordados pela concorrência.

Acredito que tudo tem uma duração útil, e por agora a da FHM está a chegar ao fim - a verdade é que pouco mais havia a acrescentar, portanto será apenas o encerrar de um ciclo. Obrigado e até sempre!